quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Castelos de Areia

Heróis de Areia
Selando a luz
Não há nada pra ver
Assim como um milagre a vida
Começa com a dor
Para sempre assim será

Fecho meus olhos
Os trovões não cessarão
Me arrastando até a margem
Eu sento e choro
Lágrimas no fundo do rio
Ou de volta ao mar...

Grite, alto
Movendo em frente
Cavalgo os cavalos da justiça
Clamores pelas virtudes dos homens

Caído e exausto
Perdendo a cabeça
Como num sonho você está retornando
Voltando dos mortos - acordado!
As sombras desaparecerão um dia

Assombrado por nuvens pesarosas
Um trovão me espantando
Uivando como um lobo da montanha
Guerreiros estão guiando o caminho

Todos os heróis caem
Derramando seu sangue na terra
De algum modo sonhando
Que as divindades ergam-se
Heróis caem
Com seus corações em suas mãos
Construindo (Ele está construindo)
seus castelos (Construindo)
na areia

Na areia, heróis caem
Na areia, heróis de areia
Corações em suas mãos, caem em suas mãos
Tornam-se areia, areias do tempo
Tempo incessante, destrói e constrói
Traz a lembrança e o esquecimento
Faz o forte fraco, o e o fraco forte
O novo velho, o velho mais velho
Incessante, implacável
Areia, heróis de areia

3 comentários:

  1. Tempo .. heroi do mundo!
    Incrivelmente bem escrito, heroi sem sentimentos1
    husahushauhsau

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  2. Reverência à arte de usar as palavras para dizer, o que dito de outra forma teria outros sentidos...

    Bjão!

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